terça-feira, 1 de dezembro de 2009

42



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Não é muito.
Mas já deixou de ser pouco.

Não foi tão fácil, nem fútil chegar até aqui,
Mas sei que à partir de agora me parece ser mais difícil continuar.
Tudo o que sou, tudo que tenho, tudo o que vi ou ouvi, aprendi, assimilei, adquiri, comprei, tudo o que conheço é o ganho que apresento nessa hora. É muito pelo que mereço, mas tão pouco pelo que careço.
Sim ganhei e guardei muito até aqui.
Mas venho perdendo também a cada dia. Vigor. Sonhos.
Conto dias a mais em meu tempo vivido. Mas tenho menos dias do restante que alimenta minha esperança. Tenho menos dias de vida pela frente, pois já os deixei pra trás. Será que tenho os feito valer?
Se estão certos os contadores de dias, estou entrando na minha segunda metade da vida. Os tempos áureos de produção estão se indo. O que vem é experiência, um tanto a mais de conhecimento, de malícia, de prudência, talvez com um pouquinho de perspicácia tenho até mais aproveitamento do todo adquirido.
E, o que virá?
Sei que virá. O fim virá. Mas antes dele muitas promessas, expectativas, e ainda sonhos, realizações, desafios, frustrações, lutas, conquistas...
Muitos sonhos se perderam no caminho, não eram dignos, outros não paupáveis, e outros mostraram-se só ilusões. Esses alimentam mais a intensidade e vigor para os dias vindouros. Mas, de verdade, nada a que reclamar. Sonhos nascem, morrem, renascem, transformam-se, e, paralelamente a vida acontece. Maravilhosa ou penosa, mas segue adiante.
Tô no meio, comprometido e as vezes atordoado com tudo o que a vida de mim exige. Mas o importante é que estou... ainda estou.
A vida tem passado, mas ainda enxergo nela o doce futuro.
A velocidade não importa, estou indo, prosseguindo, adiante e anelante.
Vivo.

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